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Rússia faz maior ataque com drones da Guerra da Ucrânia

As forças de Vladimir Putin realizaram o maior ataque com drones desde que a invadiram a Ucrânia, em 2022. Foram lançados contra o país 188 aparelhos ao longo da madrugada desta terça (26), com 76 deles sendo derrubados segundo Kiev.

Dos restantes, as defesas ucranianas perderam contato com 96, que podem ter caído ou se perdido devido à interferência de sistemas de bloqueamento eletrônico de sinais. Outros 5 rumaram por engano à Belarus, aliada de Moscou ao norte da Ucrânia.

O foco foi a região ocidental de Ternopil, que ficou com 70% de sua área sem energia, e prédios residenciais na área de Kiev. Antes, o maior ataque russo com essas armas havia ocorrido no começo do mês, com 145 drones; o recorde ucraniano é de 158 lançamentos contra a Rússia, em setembro.

Além dos drones, que eram tanto dos modelos de ataque suicida Shahed-136, de desenho iraniano, quanto iscas para a defesa antiaérea ucraniana compostas de aviões-robôs mais rudimentares e sem armamento, foram disparados quatro mísseis balísticos de curto alcance Iskander-M. Nenhum foi interceptado.

A tática russa tem se sofisticado na guerra aérea, variando de forma a tentar degradar o máximo possível as defesas ucranianas com os drones, que são baratos, custando poucos milhares de dólares. Já um Iskander-M sai por estimados US$ 3 milhões (R$ 17,5 milhões hoje).

A Rússia também foca a rede energética ucraniana a poucas semanas da chegada do inverno no Hemisfério Norte, visando deixar o país com dificuldades de aquecimento.

A ação em ondas segue o padrão do fim de semana, logo depois do mais espetacular ataque com míssil da guerra, o emprego por parte de Putin de um novo modelo de alcance intermediário desenhado para guerras nucleares.

O míssil Orechnik (aveleira, em russo) foi lançado na semana passada contra Dnipro, levando alarme não só a Kiev, mas a seus aliados na Otan. A decisão de usá-lo de forma demonstrativa dupla, tanto de uma nova capacidade quanto da eventualidade de um conflito nuclear com o Ocidente, foi uma reação russa.

Putin disse rebater o aval dado pelos EUA e aliados a Kiev para empregar armas de mais longo alcance contra alvos em seu território. O governo de Volodimir Zelenski via pedindo isso havia meses, e logo começou a atacar instalações militares com mísseis táticos ATACMS americanos e de cruzeiro franco-britânicos Storm Shadow.

Há consenso entre especialistas que tais armas só mudariam algo na guerra se estivessem disponíveis em enormes quantidades, o que não estão. Mas o valor simbólico de atingir alvos dentro da Rússia não é desprezível, daí a reação do Kremlin.

Folha SP




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