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Morreu nesta manhã de quarta-feira, 03, Cid Moreira.

O jornalista Cid Moreira, um dos mais importantes jornalistas do país, de voz inconfundível, que marcou a televisão após décadas à frente do Jornal Nacional, morreu na manhã desta quinta-feira aos 97 anos. A notícia foi dada ao vivo na TV Globo por sua esposa, no programa Encontro com Patrícia Poeta.

O apresentador estava internado em Petrópolis tratando uma pneumonia. Ele sofreu uma falência de múltiplos órgãos.

Moreira foi o primeiro apresentador do Jornal Nacional, estreando o programa em setembro de 1969 ao lado de Hilton Gomes. O jornalista ficou 26 anos à frente do programa, que foi o primeiro jornal transmitido em rede pela TV Globo. Estima-se que ele apresentou, ao todo, mais de 8.000 edições do programa.

"Ele é uma figura gigantesca, uma voz de uma credibilidade indiscutível num tempo em que não havia internet, rede social, televisão por assinatura, não tinha streaming. Naquele tempo em que ele transformou o Jornal Nacional, o programa era a principal fonte de informação dos brasileiros", disse o apresentador William Bonner, em depoimento nesta manhã, transmitido pela Globo. "Havia milhões de cidadãos brasileiros que se informavam diariamente exclusivamente pelo Jornal Nacional."

Uma das últimas aparições públicas de Cid, quando grande parte do público o viu pela última vez, aconteceu no ano passado, quando ele foi até a emissora carioca para gravar uma participação no especial que comemorava os 50 anos do Fantástico.

Cid narrava Mister M, personagem de Val Valentino que revelava os segredos dos truques de mágicas mais famosos no dominical.

Nascido em Taubaté, no interior paulista, em 1927, filho de um bibliotecário e de uma dona de casa, Cid Moreira se formou em contabilidade, mas atuou pouco na área. No mesmo ano de 1944, quando completou a graduação, fez um teste de locução a convite de um amigo, cujo pai era diretora da Rádio Difusora Taubaté.

Ainda aos 17 anos, Cid já chamava a atenção de amigos e familiares por suas imitações de celebridades ao microfone em festas na cidade. Mas foi o teste de locução foi o primeiro passo para revelar mais do seu talento a um público maior.

Ele foi contratado pela rádio da cidade como narrador de comerciais e, em 1949, se mudou para São Paulo para trabalhar na Rádio Bandeirantes e na Propago Publicidade. Dois anos depois, foi para o Rio de Janeiro, trabalhando na Rádio Mayrink Veiga por cinco anos.

A partir daí, teve suas primeiras experiências na televisão em programas como "Além da Imaginação" e "Noite de Gala", da TV Rio.

No ano passado, em entrevista à Folha, Cid disse que tinha "planos para chegar aos 150 anos", ao ser questionado se fazia algum plano especial para quando chegasse aos 100.

Na ocasião, ele relatou que enfrentava um problema no rim, descoberto pouco antes da pandemia, e fazia diálise com frequência, com ajuda da mulher, com quem foi casado por mais de duas décadas. Ele disse que, para se manter ativo, fazia pilates e esteira, depois de parar com o tênis, que jogou até os 89 anos.

FOLHA SP




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