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Ministros do STF fazem piada sobre quem terá visto para os EUA cancelado por Donald Trump

Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) fizeram piada nesta quarta (6) sobre a possibilidade de serem impedidos de entrar nos EUA depois da vitória de Donald Trump na corrida pela Presidência da República.

A brincadeira era adivinhar qual deles seria o primeiro a ter o visto revogado pelo novo presidente norte-americano, que é aliado de Jair Bolsonaro (PL).

A conversa ocorreu quando os magistrados se preparavam para entrar na sessão do plenário. Na sala estavam o presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, e os ministros Flávio Dino, Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Alexandre de Moraes e Kassio Nunes.

Em setembro, um grupo integrado por um senador e por quatro deputados norte-americanos, todos do partido Republicano, encaminhou carta ao Secretário de Estado americano, Antony Blinken, solicitando a revogação de vistos de todos os magistrados do STF.

Eles chamavam o ministro Alexandre de Moraes de "ditador totalitário" e argumentavam que os outros membros do Supremo eram "cúmplices destas práticas antidemocráticas".

O documento manifestava inconformismo com a decisão de Moraes de suspender perfis do X e a própria plataforma de Elon Musk, punida depois de descumprir determinações judiciais.

A carta foi solenemente ignorada pelo governo comandado pelo democrata Joe Biden.

A expectativa no STF é a de que a eleição de Trump aumente a pressão sobre a Corte. A meta seria dobrar os magistrados para que eles concordem com a reversão da inelegibilidade de Bolsonaro, e também com uma anistia que o permita concorrer às eleições presidenciais de 2026.

Os magistrados brasileiros, no entanto, demonstravam tranquilidade sobre o novo contexto político, de acordo com integrantes da Corte que ouviram as brincadeiras.

As pressões vindas dos EUA já eram inúmeras, mas nunca evoluíram para atos concretos contra o STF.

Além de pedir cancelamento do visto dos magistrados brasileiros, parlamentares norte-americanos divulgaram um relatório sobre "o ataque à liberdade de expressão no exterior e o silêncio da administração Biden: o caso do Brasil".

O documento foi elaborado pelo comitê de assuntos judiciários da Câmara dos EUA.

Os deputados norte-americanos que tomaram a frente da investigação foram municiados por parlamentares brasileiros alinhados com o bolsonarismo. Houve o pedido de sanções econômicas contra o Brasil.

Elon Musk também investiu contra o STF, atacando Alexandre de Moraes em seu perfil no X (ex-Twitter) e desobedecendo ordens judiciais. Com os Democratas no poder, as pressões não evoluíram.

Folha SP

 




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