Milei dá de presente a Meloni boneco de si mesmo segurando motosserra
A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, ganhou um presente do presidente da Argentina, Javier Milei, durante sua visita a Buenos Aires —um boneco do líder ultraliberal carregando uma motosserra, símbolo que ele adotou para representar os cortes que vem promovendo nos gastos públicos.
A foto do momento em que Meloni recebeu o presente foi publicada nas redes sociais do Liberdade Avança, o partido governista, ao lado de um trecho do discurso que Milei proferiu ao lado da líder italiana de ultradireita.
Milei, por sua vez, voltou a pedir a formação de uma "aliança de nações livres" que inclua a Itália e a Argentina — na semana passada, em seu discurso na cúpula conservadora CPAC, na Flórida, ele já havia proposto a criação do grupo, citando Estados Unidos e Israel. "Hoje o Ocidente está sob um manto de trevas e exige que aqueles de nós que defendemos a liberdade, embora ainda sejamos poucos, tragamos luz e mostremos o caminho", afirmou agora. Em sua declaração, Meloni não fez menções à ideia.
"Ambos fomos eleitos para liderar os destinos de nossos países, para abordar com coragem, verdade e sem rodeios o problema central de cada uma de nossas nações", continuou o argentino. "No meu caso, acabar com a inflação galopante e a miséria profunda que décadas de coletivismo deixaram na Argentina. No caso da primeira-ministra Meloni, dar uma resposta contundente ao problema da imigração descontrolada e suas consequências para a segurança cidadã."
Meloni, por sua vez, afirmou que eles precisavam trabalhar juntos em questões internacionais, ressaltando o ponto de vista em comum entre ambos. Ela também aproveitou o encontro para reconhecer Edmundo González presidente eleito da Venezuela.
"Junto com a União Europeia, trabalhamos por uma transição democrática e pacífica na Venezuela para que a preferência expressa pelo povo venezuelano pelo presidente eleito González e suas legítimas aspirações de liberdade e democracia se tornem finalmente realidade", disse ela.
O diplomata venezuelano reivindica sua vitória nas eleições presidenciais do final de julho, assim como o ditador Nicolás Maduro. Ao contrário da oposição, porém, o regime chavista não apresentou provas de que conseguiu a maioria dos votos.
Folha SP