JORNAL É MOTIVO DE PIADAS POR MANCHETES POR VERIFICADORES DE FATOS DA META
A manchete do jornal The New York Times, “Meta diz que verificadores de fatos eram o problema. Verificadores de fatos determinam que isso é falso”, virou alvo de intensas críticas e piadas nas redes sociais nesta terça-feira, 7.
O artigo, assinado por Stuart A. Thompson, detalha a decisão da Meta, anunciada por Mark Zuckerberg, de encerrar a parceria com agências terceirizadas de verificação de fatos, reconhecendo o viés político e culpando estas empresas de abalar a confiança dos usuários na plataforma.
Zuckerberg, em declaração pública, afirmou que os verificadores “destruíram mais confiança do que criaram”. Em resposta, representantes de instituições como o PolitiFact e o FactCheck.org negaram as acusações e argumentaram que não tinham poder sobre as decisões da Meta de moderar ou remover conteúdos. “Nunca tivemos a capacidade de retirar conteúdo. Isso era decisão exclusiva da Meta”, escreveu Lori Robertson, da FactCheck.org.
No entanto, foi a própria manchete do jornal que capturou as atenções. Usuários nas redes sociais ironizaram a situação. “Como criar sátira quando o The New York Times publica algo assim?”, comentou Laura Powell, advogada de direitos civis. Robby Soave, editor da revista Reason, destacou que o caso expõe, “talvez por acidente”, os problemas do setor de verificação de fatos.
A mudança de estratégia da Meta, que substituirá os verificadores terceirizados pelo programa Notas da Comunidade, também gerou debates. O novo sistema permitirá que usuários das plataformas participem diretamente na contextualização de publicações, inspirado no modelo utilizado pela rede social X (antigo Twitter). Especialistas apontam que a proposta tem potencial, mas alertam para desafios na garantia de imparcialidade.
A sátira, no entanto, ofuscou o debate sobre a nova política da Meta. Comentaristas como Chris Rufo e Mollie Hemingway criticaram o tom da reportagem do The New York Times. “É um título que vai além da paródia”, escreveu Hemingway. Ana Bozovic destacou: “Meta diz que verificadores eram o problema. Verificadores dizem que não. E o NYT publica isso.”
A posição da Meta
Joel Kaplan, responsável pela área de Assuntos Globais da Meta, explicou que a decisão reflete a tentativa de reverter excessos e restaurar o compromisso com a liberdade de expressão, princípio fundante das plataformas. Em declaração oficial, Kaplan admitiu que o atual sistema de moderação foi longe demais, resultando em censura indevida e frustrando usuários.
O programa Notas da Comunidade, que será implementado inicialmente nos Estados Unidos, visa oferecer mais contexto sobre postagens com a colaboração de usuários. A Meta afirmou que removerá rótulos invasivos e permitirá que informações complementares sejam acessadas de maneira menos intrusiva. Além disso, a empresa planeja reduzir o uso de sistemas automáticos em questões sensíveis, privilegiando a revisão manual em casos de menor gravidade.
As mudanças incluem ainda maior transparência nos erros cometidos pela moderação e ajustes nas regras para permitir debates legítimos sobre temas como imigração e identidade de gênero. “Queremos corrigir os erros do passado e reafirmar nosso compromisso com o direito à liberdade de expressão”, afirmou Kaplan.
Fonte: O antagonista