Há 65 anos, Santo Ângelo registrava seu primeiro e único acidente aéreo
No dia 11 de julho de 1959, o município de Santo Ângelo foi palco de uma tragédia que marcou a sua história. Naquela tarde, um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) sobrevoava o centro da cidade quando, voando a baixa altitude, tocou em fios da rede elétrica e caiu na Rua Marechal Floriano, esquina com a Rua Duque de Caxias, local onde hoje se encontra a Fruteira São Luiz. A aeronave, ao colidir com os fios de alta tensão, perdeu o controle e caiu no solo, pegando fogo imediatamente.
O acidente vitimou os dois tripulantes, o segundo-tenente e piloto Ivo Werlang, de 23 anos, e o segundo-tenente Gilberto Castro Borges. Werlang, que estava em Santo Ângelo para visitar seus pais, fazia parte da Base de Santa Cruz, no Rio de Janeiro, com seu colega. O posto de combustíveis Flach, situado nas proximidades, poderia ter sido atingido pelo fogo, aumentando ainda mais a gravidade da situação. No entanto, a rápida e eficiente ação dos bombeiros impediu que o fogo se alastrasse, evitando uma tragédia maior. A família de Ivo Werlang morava próximo ao local do acidente.
Os pais do piloto presenciaram a queda sem saber que dentro da aeronave em chamas estava seu filho. Ivo tinha acabado de concluir o equivalente ao Ensino Médio e havia vindo a Santo Ângelo para buscar sua irmã para o batizado de seu primogênito, de apenas 18 dias, no Rio de Janeiro.
O vento forte daquele dia contribuiu para a perda de controle do avião, que em um voo rasante, enroscou-se nos fios de alta tensão antes de cair. Os corpos dos dois oficiais foram carbonizados no incêndio resultante. Somente após a remoção dos destroços, os documentos encontrados no bolso do casaco de Ivo permitiram sua identificação. Os pais reconheceram a foto do filho em sua carteira.
Hoje, 65 anos depois, a lembrança do acidente ainda ressoa entre os moradores mais antigos, simbolizando um dos momentos mais trágicos da história de Santo Ângelo.
Redação do Grupo Sepé com informações de colaboradores