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Estudo revela que asteroide responsável pela extinção dos dinossauros era uma enorme bola de lama

Há sessenta e seis milhões de anos, a história da vida na Terra sofreu uma mudança dramática quando um asteroide colidiu com a região que hoje conhecemos como a Península de Yucatán, em Chicxulub, México. As consequências desse impacto foram devastadoras, levando à extinção de aproximadamente 75% das espécies animais, incluindo a maioria dos dinossauros, com exceção das aves. No entanto, quase nada restou do asteroide em si.

Em um estudo publicado recentemente no periódico Science, pesquisadores analisaram a composição química do asteroide que causou o quinto grande evento de extinção em massa na Terra. As descobertas sugerem que o asteroide responsável por exterminar os dinossauros era, na verdade, uma rara bola de lama rica em argila, contendo materiais que datam do início do sistema solar.

Apesar de o asteroide de Chicxulub ter colidido com a Terra há milhões de anos, estudar essa antiga rocha espacial é crucial para compreender melhor a dinâmica do nosso sistema solar, conforme explicou o Dr. Steven Goderis, coautor do estudo e professor de química na Vrije Universiteit Brussel.

Uma teoria para a extinção dos dinossauros não aviários

Embora alguns cientistas permanecessem céticos, em 1991 foi descoberta a cratera de Chicxulub, que tinha a idade e características certas para ter sido formada por um impacto massivo, coincidindo com a extinção dos dinossauros. Desde então, várias evidências têm reforçado a ideia de que esse impacto foi o catalisador do evento de extinção.
O asteroide que causou essa catástrofe tinha entre 9,7 e 14,5 quilômetros de diâmetro, um tamanho colossal que contribuiu para sua própria destruição quase completa. Ao colidir com a Terra a uma velocidade de 25 quilômetros por segundo, a enorme energia cinética foi convertida em calor, vaporizando o asteroide e criando uma nuvem de poeira que se espalhou pelo mundo, bloqueando a luz solar e resfriando o planeta, o que resultou na extinção em massa.

A composição química do asteroide

Asteroides e seus fragmentos, os meteoroides, podem ser divididos em três categorias principais: metálicos, rochosos e condríticos, cada um com uma composição química distinta. No novo estudo, Goderis e sua equipe, liderada pelo Dr. Mario Fischer-Gödde da Universidade de Colônia, analisaram amostras de rochas de 66 milhões de anos provenientes de locais como Dinamarca, Itália e Espanha, focando na presença do metal rutênio, que, assim como o irídio, é mais comum em rochas espaciais.

A análise revelou que a composição química do rutênio presente na camada de argila correspondia à de meteoritos condríticos carbonáceos, sugerindo que o asteroide que dizimou os dinossauros era desse tipo específico, uma rocha espacial antiga que frequentemente contém água, argila e compostos orgânicos.

O que essas descobertas significam para o futuro?

Impactos de asteroides da magnitude de Chicxulub ocorrem apenas a cada 100 milhões a 500 milhões de anos, mas a Terra ainda corre o risco de colidir com outro asteroide ou meteorito gigante no futuro. Portanto, entender as propriedades físicas e químicas desses objetos é fundamental para desenvolver estratégias de defesa planetária.

A missão DART (Double Asteroid Redirection Test) de 2022 da NASA, que desviou intencionalmente um asteroide de sua rota, exemplifica a importância desse conhecimento. Diferentes tipos de asteroides reagem de maneiras distintas às forças físicas, e conhecer essas reações é crucial para proteger nosso planeta.

Fonte: CNN Brasil

Foto: Ilustração de Mark Garlick/Divulgação via REUTERS




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