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El Salvador, paraíso do surfe, guarda memórias de sua trajetória sangrenta

El Salvador, a menor nação da América Central continental, tem atraído a atenção do mundo desde que seu presidente, Nayib Bukele, vindo da esquerda, decretou estado de exceção no país em 2022. Sob o pretexto de combater as gangues, ele investiu em uma política de encarceramento em massa criticada por entidades de direitos humanos, mas exaltada por políticos de extrema-direita.

A taxa de homicídios salvadorenha, a maior do mundo em 2015 (106,3 por 100 mil habitantes), foi derrubada para 1,7 homicídio por 100 mil habitantes em 2023, segundo estatísticas oficiais. Contrariando a Constituição local, o presidente foi reeleito em fevereiro de 2024 com 83% dos votos, uma demonstração clara de sua imensa popularidade, que também pode ser atestada pela quantidade de camisetas, toalhas e outros souvenires com a estampa do presidente superstar.

El Salvador já era, há muito tempo, um destino procurado por surfistas. As praias de El Sunzal, El Tunco e El Zonte estão entre as mais famosas. A sensação de segurança nas ruas do país pode contribuir para a vinda de cada vez mais turistas.

No entanto, sua história política de muita violência deixou cicatrizes e lugares de memória que podem ser visitados em diversos pontos do país, que chegou a ser apelidado de "Vietnã das Américas" em virtude da quantidade de bombardeios que sofreu ao longo de sua guerra civil.

A guerra civil de El Salvador, tema de filmes como "Salvador" e "Vozes Inocentes", ocorreu entre 1979 e 1992 e opôs, de um lado, as Forças Armadas, policiais e grupos de extermínio e, de outro, guerrilhas de esquerda, com protagonismo da Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional, a FMLN.

O conflito resultou em mais de 75 mil mortos, mais de 7.000 desaparecidos e milhares de exilados. Parte da Igreja Católica se engajou fortemente na defesa dos direitos humanos, contra o governo salvadorenho, e pagou um preço alto por isso. Em 24 de março de 1980, o arcebispo de El Salvador, dom Óscar Romero, cuja vida foi retratada no filme "Romero", foi assassinado enquanto celebrava uma missa na capela do Hospital La Divina Providencia, na capital San Salvador.




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