Dólar dispara a R$ 5,869, maior valor desde maio de 2020, com incertezas nos EUA e no Brasil
O dólar fechou em disparada de 1,52% nesta sexta-feira (1°), cotado a R$ 5,869, o maior patamar para a moeda norte-americana desde o início da pandemia, quando, em 15 de maio de 2020, esteve cotada a R$ 5,841.
A forte alta veio em resposta à proximidade das eleições presidenciais dos Estados Unidos, à medida que o candidato republicano, Donald Trump, amplia seu favoritismo no mercado de apostas. Mas a cena doméstica adicionou ainda mais pressão ao câmbio, com investidores temorosos sobre o rumo das contas públicas brasileiras.
A moeda, que chegou a bater R$ 5,762 na mínima, disparou no final da tarde. Um dos fatores foi a viagem do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, à Europa na próxima semana. O volume de negociação esteve dentro da média dos dias anteriores, segundo especialistas.
A ausência do chefe da ala econômica do governo irá tornar "praticamente impossível", de acordo com um interlocutor ouvido pela Folha, que o pacote de revisão de gastos seja definido nos próximos dias —a contragosto do mercado, que espera celeridade na resolução das incertezas fiscais.
A Bolsa, na esteira, fechou em forte queda de 1,22%, aos 128.123 pontos.
Folha SP