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Dia do Bombeiro: do heroísmo do dia a dia a tragédias climáticas

Nesta terça-feira (2), é comemorado o Dia do Bombeiro. Data para reforçar a lembrança e as homenagens a quem coloca a sua vida em risco para salvar a do outro (sendo este, muitas vezes, alguém desconhecido). Homens e mulheres que são profissionais e, além de tudo, seres humanos e que, a cada missão, enfrentam a incerteza do retorno para suas casas e aos seus familiares. Junto com demais órgãos que compõem as forças de segurança e a civis voluntários, os bombeiros demonstraram heroísmo em seus atos no trabalho também durante as enchentes que assolaram o Rio Grande do Sul.

De Santo Ângelo e de outros municípios do Noroeste gaúcho, 22 militares partiram rumo a essa missão humanitária, auxiliando nos resgastes e nas buscas de atingidos pelas chuvas de maio. Atualmente, são quatro os servidores que estão em locais afetados. Um dos bombeiros que esteve nessa missão é o tenente Tiago Rodrigues. O bombeiro ressaltou, em meio a este cenário de tragédia, a solidariedade e a união entre as pessoas.

“Essa enchente destruiu muitas famílias, destruiu muito a parte econômica do Estado, mas uniu muito a população. Não tem como o Corpo de Bombeiros, eu com 22 militares, ir lá e tentar salvar 100 pessoas somente na região de São Leopoldo, foi o que a gente fez, retirando dos prédios e das casas, mas a população se uniu com barco, alimentação... Foi uma coisa que, nas enchentes, a gente nunca viu, mas foi algo que uniu muito as pessoas”, lembra o Tenente.

Há cerca de 21 anos na missão, tendo já atuado também nas chuvas que atingiram o Vale do Taquari em setembro do ano passado, o tenente Tiago reforça que nunca havia se deparado com um cenário como este mais recente. Ele relembra as dificuldades de acesso aos locais que precisavam de suporte já que muitas áreas estavam isoladas, com os trajetos alternativos aumentando o tempo para que se chegasse ao destino. Isso tudo em meio a uma angústia de poder estar nos locais o quanto antes para que a ajuda se tornasse possível.

“Coisa eu nunca tinha visto. Lá é muito pior do que aparece na televisão. Tu olhas no rosto das pessoas, tu não vês uma esperança”, lamenta o tenente.

Além dos vários resgates de pessoas ainda com vida, os bombeiros da região se depararam também com casos em que houve a localização de corpos. Um deles foi de uma menina de 11 anos. A mãe da adolescente passou cerca de 30 horas em uma torre e o pai desapareceu. Ver a foto da menina em uma reportagem, à noite, de acordo com ele, mesmo que seja de seu trabalho, abalou.

“O cachorro sentiu odor ali e nós começamos a fazer a busca naquela área. Encontramos a menina. Deu para ver que era uma menina, por causa do tamanho dela, batia com as características de 11 anos. Tiramos ela de uma forma que não dá nem para descrever”, finaliza o tenente.

Francine Boijink - Grupo Sepé

Entrevista no programa Estúdio Sepé - com apresentação de Fabiando Bernardes e Luís Cabreira




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