Carlos Lupi diz em Santo Ângelo que o problema são os Marajás
Com uma conta revisada para R$ 917 bilhões pagos em aposentadorias e pensões até o fim do ano, as contas do INSS estão no centro do debate sobre o equilíbrio fiscal da União. Integrantes da equipe econômica têm levado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva uma série de análises e propostas de revisão de benefícios, como a desvinculação dos reajustes do salário mínimo em pagamentos como auxílio-doença e o Benefício de Prestação Continuada (BPC).
Em visita ao Rio Grande do Sul para uma série de agendas políticas, o ministro da Previdência, Carlos Lupi, esteve nesta quinta-feira, 21, em Santo Ângelo e falou sobre o tema.
Para ele, a prioridade é rediscutir regimes especiais de aposentadoria que permitem benefícios maiores, em vez de reduzir pagamentos feitos à maioria dos beneficiários.
“A questão que se discute é tirar direitos de quem ganha, em média, R$ 1.860,00, são 40 milhões de brasileiros nessa condição. O grande problema não é esse, o problema são os marajás, quem R$ 30 mil ou R$ 50 mil, é essa a discussão que temos que trazer. Direito de trabalhador do INSS ninguém vai retirar”, afirmou Lupi.
O ministro da Previdência ainda afirmou que o INSS já tem conseguido economizar recursos significativos, a partir de novas dinâmicas de atendimento.
“Dentro do INSS já introduzimos vários mecanismos, como o Atestmed, que está dando uma grande economia ao governo. Normalmente as pessoas levavam mais de um ano para receber a resposta sobre pedidos de benefícios por causa de acidentes e outros motivos que exigiam afastamento do trabalho. Quando essas pessoas recebiam a resposta já estavam curadas. Hoje, com o aplicativo do Atestmed, estamos dando esta resposta em 15 dias, quer dizer, antes o governo pagava um ano inteiro de auxílio-doença e atualmente só pagamos os 90 dias do prazo. Isso é uma grande economia, são bilhões de reais”, explicou.
Redação Grupo Sepé