Argentina decreta emergência por gafanhotos
Quatro anos depois de deixarem os produtores gaúchos em alerta no Estado, os gafanhotos estão de volta na vizinha Argentina. Os hermanos decretaram emergência fitossanitária nesta sexta-feira (26). Desde o final de fevereiro, vigorava uma declaração de alerta. A situação, no entanto, é diferente da vivida em 2020 — apesar de já haver a formação das chamadas nuvens, não há conhecimento sobre o início de uma migração. A temperatura mais amena limita a movimentação dos insetos, pelo menos por enquanto.
A medida foi considerada necessária pelo governo argentino cinco meses depois do alerta porque, apesar do controle de mais de mil focos, permanecia uma elevada população dos insetos no país. Inclusive, de nuvens. Chefe do Departamento de Defesa Vegetal da Secretaria Estadual da Agricultura, Ricardo Felicetti também pondera. "Uma emergência, em geral, é quando a situação já está posta, provável de haver dano ou prejuízo nesse sentido. A emergência, sim, é uma evolução do alerta."
o Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar (Senasa) da Argentina explicou ainda que a troca de decretos muda a intensidade das medidas de monitoramento e controle dos gafanhotos, que ficam mais rigorosas. Incluem, por exemplo, a aplicação de inseticidas. Por isso, ainda que não haja o que Felicetti chama de "fenótipo migratório" — quando o inseto vira adulto e voa à procura de alimentos, formando as nuvens — a situação requer atenção. "Por um lado, isso nos deixa mais tranquilos, mas é a densidade populacional que viabiliza a formação de nuvens migratórias. Então, permanecemos em alerta."
Até o momento, o Senasa identificou gafanhotos no noroeste argentino (a fronteira com o Estado é a da região Nordeste), nas provínicias de Salta, Catamarca, La Rioja e Cordoba.
Por que ocorre a formação de nuvens
A nuvem de gafanhotos costuma ocorrer em locais com clima quente e úmido e que possuem campos de monocultura
Quando viram adultos, os insetos costumam migrar para outros territórios à procura de alimentação, formando o que conhecemos como nuvens de gafanhotos
A capacidade de movimentação dos insetos chega a 150 km por dia
Segundo análise do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), a produção sujeita a risco na Argentina chega a US$ 3,7 bilhões
Fonte: GZH