Apreensão de cocaína em Canoas é apontada como a maior da história da Polícia Civil do RS
Carregamento foi localizado dentro de uma casa, na Rua Santo Ângelo, no bairro Mathias Velho. Segundo o delegado Gabriel Borges, da 3ª Delegacia de Investigações do Narcotráfico (3ª DIN), o desfecho é resultado de oito meses de investigação. Entorpecentes teriam sido trazidos ao Rio Grande do Sul por meio de consórcio de traficantes.
Outra frente da investigação busca identificar quem são as lideranças por trás da aquisição desses volumes de droga. Segundo a polícia, é investigado um consórcio, envolvendo duas facções criminosas, que estaria por trás da aquisição desse carregamento.
— Esse trabalho vai continuar e certamente novas grandes apreensões de drogas, como a de hoje, serão realizadas, e, paralelamente a isso, o trabalho investigativo, no sentido de responsabilizar as principais lideranças também será realizado. Responsabilizar quem define quando e de onde vem a droga. Os transportadores não são as pessoas mais importantes nessa cadeia. Para nós o mais importante é quem determina as rotas, as quantidades. Normalmente são as pessoas que definem o rumo do crime no Estado — diz Carraro.
Armazenamento
Segundo o delegado Gabriel Borges, da 3ª Delegacia de Investigações do Narcotráfico (3ª DIN), havia cerca de oito meses que a polícia investigava as ações de dois grupos. Duas facções criminosas — uma de Canoas e outra com base em Porto Alegre, no bairro Bom Jesus — teriam formado espécie de consórcio para a aquisição de grandes volumes de entorpecentes. Nos últimos dias, um carregamento de drogas teria chegado ao Estado.
A polícia passou a fazer buscas nesta manhã, para localizar onde estavam as drogas. Num primeiro endereço, os policiais encontraram um quilo de cocaína e prenderam um homem em flagrante por tráfico de drogas. No segundo local, numa casa de dois andares, rodeada por escombros da inundação, os policiais adentraram num quarto onde as drogas estavam escondidas dentro de caixas.
Uma das suspeitas da polícia é de que os traficantes tenham escolhido esse endereço justamente como forma de despistar as ações da polícia, e evitar uma eventual apreensão, que acabou ocorrendo nesta manhã.
— Estamos no bairro Mathias Velho, que foi muito atingido pela enchente e a nossa investigação inclusive vai no sentido de que a escolha para o local de armazenamento desse entorpecente aqui também tem essa relação. O objetivo é chamar menos atenção das forças policiais. Uma casa que sofreu com a enchente, em tese, não armazenaria essa quantidade de entorpecentes — afirma o delegado Borges.
Distribuição
Segundo o Denarc, os adesivos usados nas embalagens da droga servem para identificar o grupo criminoso responsável por distribuir os entorpecentes, que, neste caso, apropriou-se do logotipo e marca de uma multinacional japonesa.
— Representa o proprietário da droga. Se ele enviam para o interior do Estado, por exemplo, quem recebe a droga sabe de quem é. Usam isso como uma espécie de “marca” da droga — explica o delegado Borges.
GZH.